"Estávamos em junho de 2001, e era meu primeiro jogo
oficial como médico da Seleção Brasileira Masculina de Voleibol. No final do
primeiro set, ao tomar impulso para saltar e atacar uma bola na saída, o nosso
oposto caiu e começou a gritar de dor. Os jogadores que estavam perto, ao ver o
joelho dele, ficaram assustados. Entrei na quadra, e logo diagnostiquei, pela
primeira e única vez em 16 anos à beira da quadra, uma ruptura do tendão
patelar, lesão que ficou “famosa” no mundo esportivo depois que o Ronaldo teve uma
semelhante. Começo este artigo contando essa história, pois vou falar sobre as
lesões traumáticas e cirúrgicas que acometem os jogadores de voleibol."
Felizmente, devido ao
voleibol não ser um esporte de contato direto, essas lesões são bem mais raras
que as lesões por esforço repetitivo, como as tendinites patelares, de Aquiles
e nos tendões do ombro. Porém, costumam ser mais graves, e para piorar, afastam
os atletas por mais tempo do esporte, causando sequelas em algumas situações.
Nos membros
inferiores, a ruptura do tendão patelar ou tendão do quadríceps na região do
joelho, sem dúvida, é a mais grave de todas, necessitando de cirurgia o quanto
antes, para que seja reparado e reforçado o tendão. Esse tipo de lesão leva em
torno de 8 meses para recuperação e, invariavelmente, diminui a capacidade de
salto do atleta no retorno ao esporte.
Os entorses do
joelho, levando a ruptura do ligamento cruzado anterior, associado ou não a
lesões de menisco, já acontecem com maior frequência, sendo 3 a 4 vezes mais
comuns em mulheres necessitando que o mesmo seja reconstruído, demandando uma
recuperação média de 6 meses até que o atleta possa voltar a jogar.
As lesões de menisco
também são relativamente mais comuns, porém felizmente após tratamento por
artroscopia (cirurgia por vídeo), o tempo de retorno gira em torno de 30 dias.
A lesão traumática mais frequente dos membros inferiores é entorse de
tornozelo, que em jogadores de voleibol raramente tem indicações cirúrgica, e
com o tratamento fisioterápico, dependendo do grau da lesão, pode afastar o
atleta desde 1 dia até 6 semanas.
(...)
Em resumo, as lesões
traumáticas nos atletas de voleibol felizmente não são tão frequentes. Porém, a
sua prevenção é mais difícil, e sempre podemos nos deparar com alguma lesão
mais surpreendente, como uma concussão cerebral num choque de cabeça entre
jogadores que vão defender a mesma bola, ou mesmo uma fratura cervical num
choque com a sustentação da rede. Mas, tanto os atletas, quanto os
profissionais da saúde e preparação física devem estar muito atentos à
prevenção, e sempre realizar um tratamento correto para o reestabelecimento
mais rápido e sem nenhuma sequela.
Veja o artigo na íntegra: Aqui
Por: Dr. Álvaro Chamecki, Médico Ortopedista da Seleção Brasileira Masculina de Volei e também Especialista em Joelho e Ombro da Clínica Artro
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