segunda-feira, 6 de maio de 2013

RUGBY

Por: Dr. Guilherme Barroso, especialista em Joelho da Artro.
Em outubro de 2012, iniciei um novo desafio em minha carreira profissional. Já havia trabalhado como médico do CAP, mas decidi mudar de ares e de esporte. Foi através de um amigo, atleta da equipe, que conheci o Curitiba Rugby. Após algumas reuniões e conversas, comecei meu trabalho como médico dos "Touros".
As diferenças entre os esportes são gritantes, não somente pelas modalidades usarem à bola de maneiras distintas – quanto ao passe, à utilização dos pés, e ao contato físico – mas também em relação ao comportamento dos atletas e ao profissionalismo dos times e da confederação.
O rugby no Brasil é um esporte amador, diferindo de alguns países como África do Sul e Nova Zelândia, onde o esporte movimenta milhões de dólares e leva milhares de espectadores aos estádios. Esse amadorismo faz com que pouco apoio e uma verba diminuta sejam destinados aos clubes que, em contrapartida, lutam para se manterem abertos com a infraestrutura necessária.
Mesmo assim, os atletas são apaixonados pelo esporte e sua resistência à dor é alta. Por isso, faz-se necessária a supervisão das equipes médica e técnica, para que os atletas em tratamento não treinem antes do recomendado, o que pode agravar as lesões e aumentar o tempo de afastamento.
Outra diferença em relação ao futebol é que os atletas respeitam tanto seus colegas de equipe quanto os árbitros, que são sempre tratados por “senhor”. Somente o capitão de cada equipe pode conversar com os árbitros, o que evita as reclamações típicas dos jogos de futebol.
Foto: equipe campeã do campeonato paranaense de 2012. Dr. Guilherme o segundo da esquerda para a direita na fila superior.

Como médico do CAP, estava acostumado com o tratamento das lesões características do futebol. Porém, é muito interessante o estudo e o aprendizado sobre novos tipos de lesões, consequência de um esporte com maior contato físico. Atualmente, as lesões mais incidentes no Curitiba Rugby são: pubalgia, entorse de tornozelo e fraturas de dedo. No entanto, em uma etapa do campeonato paranaense, tivemos uma lesão rara e grave, uma fratura da região temporal (região lateral da cabeça) de um atleta que necessitou ser submetido à cirurgia, mas que hoje passa bem e não apresenta sequelas.
Os novos aprendizados com o Rugby tem sido imensos, não somente na área médica, mas o esporte tem me ensinado que apesar do extremo contato físico e força presentes, o Rugby apresenta, acima de tudo, muita técnica, respeito, e um forte espírito de equipe.

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